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Como trabalhar com Protocolos

  • Fisioterapeuta Fernando Padilha
  • 12 de mar. de 2015
  • 3 min de leitura

Hoje dentro da fisioterapia temos diversos estudos com protocolos que tendem a orientar um trabalho de reabilitação, porém, um fator nunca deve ser esquecido: cada ser humano traz consigo sua história pregressa, suas particularidades fisiológicas e suas necessidades da vida diária e muitas vezes a fraqueza muscular apresentada não será por falta de uso mas por excesso.

Essa individualização do paciente e a correta leitura dessas premissas é o que difere um fisioterapeuta, apesar das inúmeras tentativas de programar o profissional para ser um tecnicista. Não sou contra os protocolos, eles trazem premissas e pormenores que sendo bem aplicados, irão enriquecer, direcionar e auxiliar a alcançar o seu objetivo, todavia devemos ter cautelas.

As divisões musculares e articulares ocorrem de caráter didático, pois um músculo anatomicamente denominado retofemoral que faz tanto flexão de quadril como extensão de joelho, não pode ser considerado apenas um simples músculo, que com mais três irá formar um quadríceps. Estamos falando e algo cinéticamente muito mais complexo, de ligações com cadeias musculares que se agrupam numa simetria e homogênea busca dos movimentos.

Um equívoco pode ocorrer quando é analisada apenas uma parte anatômica do corpo humano, sem estar atento a sua relação com outras estruturas, um exemplo clássico é o joelho, uma articulação muito frequentemente lesionada. Quando se identifica uma lesão no joelho é automático pensar na articulação tibiofemoral, disfunção patelar e até na relação dos ligamentos, afinal estamos falando do braço de alavanca mais longo do corpo. Porém não podemos esquecer que por ali passa o reto femoral, que é um músculo com duas funções: flexão de quadril e extenção de joelho. Portanto existindo uma alteração na região pélvica pode estar interferindo na articulação do joelho. As alterações de valgo, varo ou seus respectivos falsos, também ligam diretamente a condição da pelve.

O porque de ter uma patela lateralizada ou medializada, também está ligada a musculaturas que estão ligadas com a pelve. Caso vamos nos concentrar na tíbia uma rotação interna cabe ao grácil, semitendinoso e vasto medial, todos com inserções pélvicas. Com superprogramação dessa musculatura podemos encontrar um valgo ou falso varo de joelho.

Um suposto valgo de joelho leva a uma perda de alinhamento com o já citado retofemoral, aumentando as pressões na patela, o vasto medial então trabalhando de forma constante vai tentar manter e impedir uma subluxação e por excesso de uso irá atrofiar-se. Porém a maioria dos protocolos pedem um fortalecimento de vasto medial, mas um reequilíbrio dessas forças musculares é o que poderá de fato trazer uma reabilitação duradoura e precisa. O fortalecimento pode sim ser efetuado, mas após um realinhamento do reto femoral.

E para isso terá que se trabalhar a pelve do paciente. Para tratar a pelve do paciente não basta unir protocolos, deve-se entender o que supostamente está levando a estas alterações principalmente nos causos onde não há relato de trauma. Um simples histórico de cistite pode já apresentar certas memórias corporais de defesa que levam a crer em um joelho como vítima e não como causador do problema. As aderências de uma apendicectomia, por exemplo, podem sim também ser correlacionadas a uma lesão em um joelho direito. Portanto, deve-se tentar buscar através do estudo do paciente a suposta causa do problema. Esse raciocínio com bases lógicas e fisiológicas irão fazer com que o fisioterapeuta utilize de forma eficaz um protocolo, quando e na necessidade de segui-lo.


 
 
 

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